A suspensão dos efeitos das exclusões definitivas contra Ciotti, ditadas anteriormente, foi determinada pelo tribunal de Paris como uma medida temporária, até que seja emitida uma resolução definitiva sobre o assunto. O presidente, de 58 anos, é representante da ala mais conservadora do LR e justificou sua proposta de aliança com o Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen pela suposta convergência de valores de direita entre as duas legendas.
A rejeição imediata da proposta pelos dirigentes do partido, em meio a uma crise política na França desencadeada pelo adiantamento das legislativas, resultou na resolução de expulsar Ciotti da presidência do partido. No entanto, o presidente demitido permaneceu na posição e buscou amparo na Justiça para contestar a decisão.
O anúncio de candidaturas comuns entre o RN e o LR em algumas circunscrições francesas por Jordan Bardella, representante da extrema direita, reflete a inédita aliança estabelecida por Ciotti. Essa atitude quebra o tradicional isolamento imposto à extrema direita no país europeu e marca um novo capítulo na política francesa.
Com as eleições legislativas previstas para os próximos dias 30 de junho e 7 de julho, a liderança do RN, com 31% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto Elabe, sinaliza uma mudança significativa no cenário político francês. A aliança entre o LR e a extrema direita representa um desafio às demais forças políticas, como a esquerda e a aliança de centro de Macron, que lideram as pesquisas de intenção de voto.
Essa reviravolta nas eleições legislativas francesas promete acirrar o embate político e desencadear um novo panorama partidário no país, aproximando legendas que antes mantinham distâncias ideológicas consideráveis. O desenrolar dos acontecimentos nas próximas semanas será crucial para determinar o rumo da política francesa e suas consequências para o futuro do país.
