Francisco foi convidado especialmente pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, uma figura proeminente da extrema-direita europeia e que mantém uma relação de simpatia mútua com o Pontífice. O discurso do Papa promete trazer mensagens significativas sobre um dos temas centrais da cúpula: os desafios da Inteligência Artificial.
O Papa fará uma rápida visita à Apúlia nesta sexta-feira, onde terá a oportunidade de se dirigir a grandes líderes globais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente francês, Emmanuel Macron, além de participar de encontros bilaterais. Um dos encontros já confirmados será com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o embaixador brasileiro na Santa Sé ressaltou a existência de uma grande convergência de visões.
Na pauta do encontro, além dos desafios trazidos pela Inteligência Artificial, o Papa deverá abordar questões como o conflito entre Rússia e Ucrânia, o embate entre Israel e Palestina e as dívidas de países em desenvolvimento. A presença do Papa na cúpula é vista como um sucesso pela primeira-ministra e uma oportunidade valiosa para que Francisco expresse diretamente suas preocupações aos líderes mundiais.
De acordo com o jornalista Iacopo Scaramuzzi, que cobre o Vaticano para o jornal La Repubblica, é improvável que Francisco obtenha consensos no debate sobre a IA devido às significativas diferenças entre os países do grupo. A União Europeia aprovou recentemente uma legislação abrangente sobre IA, enquanto nos EUA o debate ainda está em estágios iniciais.
O Papa Francisco é reconhecido por enxergar tanto o potencial de desenvolvimento quanto os riscos éticos da Inteligência Artificial. Sua presença na cúpula do G7 proporcionará uma discussão inédita sobre esse avanço tecnológico, no qual o Papa pretende ressaltar a importância de colocar o homem no centro da revolução tecnológica, priorizando valores humanos fundamentais.
A mensagem do Papa sobre “Inteligência Artificial e Paz” ressalta a importância de agir com responsabilidade e ética diante dos avanços tecnológicos. Francisco enfatiza a necessidade de criar organismos para examinar questões éticas emergentes e proteger os direitos daqueles impactados pela IA. Esses temas, assim como outros da agenda econômica global, serão discutidos durante a cúpula do G7, reforçando o posicionamento progressista do Vaticano em relação aos desafios contemporâneos.