Putin propõe cessar-fogo condicional com Ucrânia e gera polêmica com “ultimato à moda Hitler” antes da Cúpula de Paz.

Em uma reviravolta surpreendente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma declaração nesta sexta-feira, 14, propondo negociar um cessar-fogo com a Ucrânia, desde que Kiev retire suas tropas das quatro províncias reivindicadas por Moscou e renuncie à adesão à Otan. Essa proposta foi feita às vésperas da Cúpula de Paz, que acontecerá na Suíça entre os dias 15 e 16 de outubro, após um pedido de Kiev. No entanto, é importante ressaltar que a Rússia não está participando das negociações.

Essa declaração de Putin representou a primeira vez em que ele estipulou condições territoriais concretas para encerrar a guerra, que já dura há vários anos. A exigência de que a Ucrânia entregue enormes extensões de território controladas parcialmente por Moscou, incluindo as regiões de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, pode ser considerada um movimento ousado por parte do presidente russo.

Por outro lado, a reação imediata da Ucrânia foi de furor e indignação. As autoridades do país compararam a proposta de Putin a um “ultimato à moda Hitler”, alegando que se trata de uma exigência equivalente a uma rendição. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, a intenção de Putin é minar os esforços diplomáticos voltados para alcançar uma paz justa e dividir a unidade internacional.

Além disso, a ausência da Rússia na Cúpula de Paz é outro fator crucial a ser considerado. Mais de 90 países estarão presentes no evento, buscando pontos de convergência para promover a paz. No entanto, a China e a Arábia Saudita, entre outros, não estarão presentes, o que levanta questões sobre a real eficácia dessas negociações na ausência de atores-chave.

Em resumo, a proposta de cessar-fogo feita por Vladimir Putin marca um momento crucial nas relações entre Rússia e Ucrânia, evidenciando os desafios e as complexidades envolvidas na busca por uma solução pacífica para o conflito. A Cúpula de Paz na Suíça assume, assim, um papel fundamental na tentativa de promover o diálogo e encontrar um caminho para a paz, mesmo diante de obstáculos significativos.

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