Série “O Conto da Aia” vira referência na campanha contra projeto de lei que equipara aborto a homicídio.

Em meio a um intenso debate sobre o projeto de lei que reforça a legislação contra o aborto, a série “O Conto da Aia” tem sido usada como referência na campanha contrária à proposta. O PL 1.904/2024, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), equipara o aborto ao homicídio quando realizado após a 22ª semana de gestação, proibindo até mesmo a interrupção da gravidez em casos de estupro após esse período.

A trama distópica da série, que estreou no Brasil em abril de 2017 e teve cinco temporadas exibidas até setembro de 2022, retrata um cenário em que os Estados Unidos se transformaram na República de Gileade, uma teonomia cristã em que as mulheres são subjugadas e a fertilidade é um problema global. Em Gileade, algumas mulheres são recrutadas para serem estupradas por homens do alto escalão do governo.

Protagonizada por Elisabeth Moss como June Osborne, a série apresenta uma sociedade totalitária em que as mulheres são obrigadas a se submeter a um regime opressivo. A temática levantada pela obra tem impactado diretamente a discussão em torno do PL 1.904/2024, que vem enfrentando resistência de diversos setores da sociedade.

Além disso, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) incluiu o livro de Margaret Atwood, autora que inspirou a série, como leitura obrigatória para a prova de redação do vestibular deste ano. A repercussão do enredo de “O Conto da Aia” tem sido tão grande que diversas publicações nas redes sociais têm utilizado a obra como argumento contra o projeto de lei.

Diante desse cenário, a polêmica em torno do PL 1.904/2024 segue em destaque, com a série “O Conto da Aia” se tornando um elemento fundamental na discussão sobre os direitos reprodutivos das mulheres e a legalização do aborto no Brasil. O embate entre diferentes visões e convicções em relação ao tema promete se intensificar à medida que a proposta avança no Congresso Nacional.

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