Segundo Juliane, as mulheres geralmente desempenham funções no âmbito doméstico, como na cozinha das próprias casas para alimentar os trabalhadores das propriedades, o que muitas vezes as exclui da condição de trabalho análogo à escravidão, uma vez que são consideradas parte da família. No entanto, a procuradora ressalta que a realização desses serviços também configura um trabalho e que é necessário ampliar o olhar para esse tipo de situação.
Um exemplo emblemático desse cenário é o caso de Maria de Moura, uma idosa de 87 anos resgatada em situação análoga à escravidão após 72 anos trabalhando como doméstica para uma família. A história de Maria evidencia como a exploração do trabalho doméstico de idosas é uma realidade cruel que perdura ao longo dos anos.
A procuradora também ressaltou a importância de denúncias para combater essas práticas e garantir os direitos trabalhistas e humanos das mulheres envolvidas nesse tipo de exploração. No caso de Maria de Moura, o Ministério Público Federal está responsabilizando os patrões da idosa, a fim de garantir o ressarcimento devido e punir os responsáveis por essa grave violação de direitos.
Outros casos semelhantes de exploração de idosas em situações de trabalho doméstico foram citados pela procuradora, ressaltando a importância de conscientizar a sociedade sobre essa realidade e incentivar a denúncia de tais práticas. A luta pelo combate ao trabalho análogo à escravidão é fundamental para garantir a dignidade e os direitos básicos de cidadania de todas as pessoas, independentemente da idade, gênero ou condição social.