“É o dia mais importante”, afirmou Mohamed Asser, um peregrino egípcio de 46 anos, que carrega uma lista de pessoas pelas quais está rezando, incluindo os palestinos. A peregrinação acontece este ano em meio à tensão decorrente do conflito entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza.
O ministro saudita do Hajj, Tawfiq al-Rabiah, alertou na semana passada que lemas políticos não seriam tolerados durante a peregrinação, mas isso não impediu que um dos fiéis presentes expressasse apoio aos palestinos de Gaza, que têm sido pressionados pelo Exército israelense nos últimos oito meses.
Cerca de 2000 palestinos, sendo metade deles familiares de vítimas em Gaza, foram convidados pelo rei Salman para participar da peregrinação anual, que acontece ao longo de vários dias em Meca e seus arredores. O calor intenso tem sido um desafio para os peregrinos, que têm enfrentado temperaturas de até 43 graus Celsius.
Durante a noite, os peregrinos acampam em Mina e depois enfrentam o sol escaldante no Monte Arafat. Chapéus são proibidos durante os rituais, levando muitos fiéis a recorrerem a guarda-chuvas e outras formas de se protegerem do calor.
A peregrinação do hajj é um dos cinco pilares do Islã, obrigação para todos os muçulmanos que tenham meios de realizá-la pelo menos uma vez na vida. É um momento único e especial para os fiéis, como Nuria Abdu, da Líbia, que esperou quatro anos para poder realizar o trajeto.
Ao final do dia, os peregrinos se dirigirão a Muzdalifah, nos arredores de Meca, onde passarão a noite ao relento antes de coletar pedras no domingo para o ritual simbólico de apedrejamento de Satã. Este é um momento de reflexão e devoção para os muçulmanos de todo o mundo.