O movimento destaca que a proibição da maconha é usada como pretexto para perseguir a população negra das áreas periféricas, alimentando um ciclo de corrupção e violência que beneficia indústrias lucrativas de armas, prisões e chacinas. O manifesto da marcha ressalta que a criminalização das drogas é baseada em mentiras, ignorando evidências científicas que comprovam os benefícios medicinais da planta.
Rebeca Lerer, uma ativista que participa da mobilização desde a primeira marcha há 16 anos, denuncia a desinformação promovida por políticos e setores conservadores que distorcem a realidade sobre a maconha. Internacionalmente, países como Alemanha, Uruguai, Canadá e parte dos Estados Unidos têm avançado na regulamentação do uso da cannabis, com diferentes modelos de legalização.
No Brasil, o debate sobre drogas tem ganhado destaque no cenário político e judicial, com propostas como a PEC 45/2023, que criminaliza o porte de drogas, e o julgamento no STF sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. Rebeca vê essa discussão como central para o país, afetando questões econômicas, sociais e de desenvolvimento.
Diante dessas questões em pauta, a Marcha da Maconha de São Paulo tem o objetivo de promover reflexões e debates sobre a legalização da cannabis, combatendo estigmas e desconstruindo mitos em torno da planta. A mobilização visa sensibilizar a sociedade e as autoridades para a necessidade de uma política de drogas mais inclusiva, baseada em evidências e direitos humanos.