Conselheiros do CFM defendem norma que proíbe assistolia fetal em casos de aborto por estupro após 22 semanas, decisão suspensa pelo STF.

Conselheiros do Conselho Federal de Medicina (CFM) defenderam nesta segunda-feira (17) a norma do órgão que proibia o método da assistolia fetal em casos de aborto nos casos de estupro quando a gestação tem mais de 22 semanas. A resolução do CFM, que foi suspensa em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi tema de debate em uma sessão no Plenário do Senado.

Durante a sessão, o senador Eduardo Girão, que presidiu o debate, destacou sua opinião de que a vida deve ser respeitada desde o início da gestação e criticou a técnica da assistolia fetal. Ele enfatizou a importância do debate para a sociedade brasileira, que considera esse assunto relevante e polêmico.

Os participantes da sessão, incluindo conselheiros do CFM e senadores como Jorge Seif, Damares Alves e Marcos Rogério, manifestaram-se contrários à técnica abortiva. O relator da resolução do CFM, Raphael Câmara Medeiros Parente, informou que a resolução não obriga as vítimas de estupro a prosseguirem com a gravidez e que é possível antecipar o parto a partir de cinco meses e duas semanas, com viabilidade de vida.

Durante o debate, a conselheira federal Rosylane Nascimento das Mercês Rocha garantiu que a norma foi amplamente debatida no órgão e aprovada pela assessoria jurídica do CFM. Ela destacou que a resolução visava regulamentar o exercício ético da medicina e não desconsiderava os direitos e traumas das mulheres vítimas de estupro.

Outro ponto abordado na sessão foi a crítica à decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que suspendeu a norma do CFM. Os participantes da sessão afirmaram que a decisão do CFM foi embasada em princípios éticos e bioéticos, visando o bem-estar das pacientes e dos fetos.

A discussão também envolveu a análise do projeto de lei 1.904/2024, em tramitação na Câmara dos Deputados, que equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples. O debate contou com a participação de diversos representantes políticos e da sociedade civil, evidenciando a complexidade e a relevância do tema para a sociedade brasileira.

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