Líderes da UE se reúnem em Bruxelas para definir os “top jobs” do bloco em meio a avanço da extrema direita

Os líderes da União Europeia (UE) se reuniram em um jantar informal em Bruxelas na última segunda-feira (17) para discutir os principais cargos das instituições do bloco, conhecidos como “top jobs”. Em pauta estavam os cargos na Comissão e no Conselho europeus, em um encontro presencial que marcou a primeira reunião dos governantes da UE após as eleições realizadas entre 6 e 9 de junho, as quais foram caracterizadas pelo avanço dos partidos de extrema direita.

Ursula von der Leyen, atual presidente da Comissão Europeia e candidata a um novo mandato de cinco anos, foi considerada a favorita para continuar liderando o Executivo da UE. Entretanto, Von der Leyen participou apenas do início das conversações, visto que, por estar concorrendo ao cargo, precisou deixar o local para que os chefes de Governo pudessem discutir a distribuição de cargos entre as forças políticas.

Durante o jantar, os líderes europeus também debateram alternativas para outros cargos influentes, como o de Alto Representante da diplomacia do bloco e presidente do Parlamento Europeu. O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, chegaram ao encontro em uma posição enfraquecida devido às derrotas para a extrema direita nas eleições europeias.

Enquanto isso, a primeira-ministra italiana, Georgia Meloni, fortaleceu sua posição após a vitória de seu partido de extrema direita nas eleições. As negociações foram marcadas por apoio à candidatura de Von der Leyen por parte do Partido Popular Europeu (PPE, direita), e as discussões indicaram um possível consenso em relação a seu nome.

Apesar do apoio dos governantes em Bruxelas, a aprovação de Von der Leyen ainda depende do novo Parlamento Europeu, onde ela precisará de pelo menos 361 votos de um total de 720 deputados. Outros nomes em destaque foram o da primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, para o cargo de Alto Representante, e da conservadora maltesa Roberta Metsola para a presidência do Parlamento Europeu.

Diplomatas europeus revelaram que o PPE propôs a divisão do mandato à frente do Conselho Europeu em duas metades de dois anos e meio cada, com um representante do bloco assumindo a liderança no segundo semestre. A expectativa é que as próximas semanas sejam marcadas por definições e acordos entre os líderes europeus para a ocupação dos “top jobs” na União Europeia.

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