O advogado Michael Dantas, um dos organizadores do protesto, destacou a incoerência da legislação brasileira sobre drogas, que permite a maconha para algumas pessoas mediante receita médica, mas ao mesmo tempo serve como justificativa para encarceramentos e prisões. Segundo ele, a lei vigente desde 2006 é um contrassenso que precisa ser revisto.
A manifestação acontece em um momento de revisão das políticas proibicionistas do país em relação às drogas. O Congresso, de maioria conservadora, tem avançado com um projeto que prevê criminalizar a posse de drogas, independentemente da quantidade, incluindo-a na Constituição. Essa medida é vista pela Human Rights Watch como um grave retrocesso e um desafio ao Supremo Tribunal Federal, que está analisando a descriminalização da maconha para uso pessoal.
Os ministros do STF estudam estabelecer critérios objetivos de quantidade para diferenciar usuários de traficantes, uma questão nebulosa na legislação atual. Além disso, a questão da maconha para uso medicinal também é debatida, com pacientes tendo que recorrer à Justiça para ter acesso ao canabidiol.
Davi Marques, um estudante de Medicina presente na manifestação, defendeu que a legalização da maconha poderia redirecionar recursos atualmente investidos na “guerra contra as drogas” para áreas como saúde e educação, além de ajudar na reinserção social de pessoas marginalizadas. A luta pela descriminalização da maconha continua sendo um tema de grande relevância e debate na sociedade brasileira.
