Reforma do Poder Judiciário Mexicano conta com apoio da maioria da população, causando nervosismo nos mercados, indicam pesquisas.

A população mexicana demonstrou apoio à reforma do Poder Judiciário proposta pelo governo de esquerda, conforme revelado por três pesquisas divulgadas pela presidente eleita, Claudia Sheinbaum. Os estudos, encomendados pelo partido Morena, indicam que a maioria dos cidadãos considera necessário realizar a reforma, que inclui a escolha de cerca de 1.600 juízes e magistrados por meio de voto popular, entre outras medidas.

De acordo com os dados do instituto De las Heras, 77% dos entrevistados apoiam a medida, enquanto as pesquisas do Enkoll e do Morena apontam um apoio de 83% e 81%, respectivamente. Sheinbaum ressaltou em coletiva de imprensa que a eleição direta de magistrados e juízes é um desejo de mais de 59% da população, em consonância com os resultados das pesquisas.

O projeto de reforma foi encaminhado ao Congresso pelo presidente Andrés Manuel López Obrador e conta com o respaldo da presidente eleita, que obteve uma vitória expressiva nas eleições. A possibilidade de alcançar supermaiorias no Congresso bicameral permitiria ao governo modificar a Constituição sem necessidade de negociação com outras forças políticas.

Apesar do apoio popular à reforma, entre 49% e 54% dos entrevistados não estão plenamente informados sobre a iniciativa, que enfrenta resistência por parte de integrantes do Poder Judiciário e da oposição. Estes setores alegam que a reforma poderia abrir caminho para um regime autoritário.

Enquanto López Obrador argumenta que o Poder Judiciário está corrompido e a serviço de interesses privados, analistas financeiros expressam preocupações em relação aos impactos da reforma nos mercados. A perspectiva de eliminar órgãos autônomos e impor restrições à participação privada em setores chave, como energia, levanta temores acerca do aumento da carga fiscal e da inflação.

As pesquisas foram realizadas no período de 14 a 16 de junho, com uma amostra entre 1.202 e 1.458 pessoas, garantindo uma confiabilidade de 95%, de acordo com as fichas técnicas disponibilizadas. A reforma do Poder Judiciário no México permanece como um tema de intenso debate e controvérsia, com apoio popular, mas preocupações significativas levantadas por diferentes setores da sociedade.

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