Segundo Veert, ao chegar ao barco em perigo, a tripulação do navio de resgate imediatamente distribuiu coletes salva-vidas para os sobreviventes e utilizou ferramentas como um machado e um martelo para resgatar duas pessoas presas nos destroços. O capitão contou sobre um sobrevivente que foi encontrado quase sem respirar, com uma temperatura corporal de apenas 32ºC.
Infelizmente, a operação de resgate também trouxe a triste descoberta de que 10 homens haviam perdido suas vidas no naufrágio, sendo encontrados sem vida debaixo do convés do barco. Os sobreviventes foram entregues à Guarda Costeira Italiana, enquanto os corpos dos falecidos foram levados até a ilha.
O drama dos migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo em busca de uma vida melhor é acentuado pelos altos riscos envolvidos nessa jornada. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) e fontes da agência de notícias Ansa, os migrantes chegaram a pagar cerca de US$ 3.500 cada pela viagem, demonstrando a desesperança e vulnerabilidade dessas pessoas.
Com mais de 23.500 migrantes mortos ou desaparecidos desde 2014, o Mediterrâneo se tornou a rota migratória mais mortal do mundo. O triste episódio que resultou na perda de vidas humanas e na continuidade da busca por outros 64 desaparecidos é um alerta para a urgência de ações humanitárias e políticas que busquem soluções para evitar mais tragédias como essas no futuro. A solidariedade e a eficiência das equipes de resgate, como a do RESQSHIP, são fundamentais para amenizar o sofrimento desses indivíduos em situações extremas.
