Calhoun começou sua fala pedindo desculpas aos familiares das vítimas dos acidentes envolvendo as aeronaves da Boeing em 2018 e 2019. Ele reconheceu que a empresa e o software defeituoso foram responsáveis pela morte de 346 pessoas nesses acidentes. O senador Blumenthal questionou Calhoun sobre uma suposta cultura de segurança falida na Boeing, pedindo explicações sobre as retaliações a denunciantes e incentivos para que os trabalhadores façam reclamações.
O CEO da Boeing admitiu que alguns funcionários foram demitidos por retaliar denunciantes, mas não especificou quantos. Ele ainda disse não ter conversado diretamente com nenhum denunciante, porém reconheceu que seria uma boa ideia fazê-lo. Calhoun afirmou estar ali em espírito de transparência e preparado para assumir a responsabilidade pelo ocorrido.
Diante das críticas, Calhoun anunciou que deixará o cargo até o final do ano e que a Boeing está em busca de um sucessor. O senador Blumenthal comparou essa mudança de gestão a uma “dança das cadeiras”, sugerindo que não resolve os problemas estruturais da empresa. Durante o mandato de Calhoun, a Boeing acumulou grandes perdas financeiras, passou por períodos turbulentos e enfrentou desafios na cadeia de suprimentos.
Além disso, a qualidade das aeronaves produzidas pela Boeing foi questionada, com relatos de problemas sérios nas peças fabricadas pela Spirit AeroSystem, fornecedora responsável pelo casco do 737 Max. Críticas também foram feitas em relação ao pacote de remuneração de Calhoun para 2023, totalizando quase US$ 33 milhões, o que foi considerado uma farsa por alguns senadores.
No geral, a audiência revelou uma série de questões delicadas envolvendo a Boeing, desde problemas de segurança até desafios financeiros e de gestão. A transparência e a responsabilidade foram as palavras-chave destacadas por Dave Calhoun, que promete deixar o cargo para que a empresa possa enfrentar os próximos desafios com um novo líder.
