Especialista em integridade da SportRadar alerta sobre vulnerabilidade de clubes e jogadores brasileiros à manipulação de resultados.

Na manhã desta terça-feira (18), durante seu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Felippe Marchetti, gerente de integridade da empresa SportRadar AG, sediada na Suíça, trouxe à tona questões preocupantes sobre a vulnerabilidade de clubes e jogadores no Brasil em relação à manipulação de resultados.

Marchetti destacou os métodos de atuação da SportRadar para detecção de fraudes e ressaltou a atuação internacional dos fraudadores de competições esportivas. Ele enfatizou a importância de um trabalho educacional de base para conscientizar os jogadores sobre os riscos da manipulação.

Durante o depoimento, o senador Romário, relator da comissão, citou um relatório emitido pela SportRadar em março que apontava o Brasil como líder em fraudes, com 109 partidas suspeitas em 9 mil analisadas. Marchetti mencionou a parceria da empresa com ligas esportivas e autoridades policiais em todo o mundo, evidenciando a atuação global dos manipuladores de resultados.

A utilização da inteligência artificial pela SportRadar para monitorar as cotações em casas de apostas, observando movimentações suspeitas, também foi abordada durante o depoimento. Marchetti explicou como os relatórios da empresa contribuíram para investigações sobre manipulação de jogos no Brasil.

Além disso, o representante da SportRadar destacou a importância da adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que visa combater a manipulação de resultados esportivos em nível internacional. Ele ressaltou a necessidade de um fluxo de informação eficiente entre os diversos atores envolvidos na proteção do esporte para combater as fraudes.

O depoimento de Marchetti também abordou a questão das acusações de manipulação feitas por John Textor, sócio majoritário do Botafogo. Segundo ele, a SportRadar não identificou anomalias nas partidas mencionadas por Textor, contrariando as alegações do empresário.

O senador Styvenson Valentim levantou preocupações sobre a possibilidade de envolvimento do crime organizado em casos de manipulação de resultados no Brasil, ressaltando a importância de investigar a fundo qualquer indício nesse sentido.

Em meio a essas revelações e questionamentos, a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas segue seu trabalho investigativo para garantir a integridade das competições esportivas no Brasil e combater qualquer tipo de fraude que ameace a ética e a transparência no meio esportivo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo