Evangélicos da Marcha para Jesus concordam que igrejas devem abordar mudanças climáticas e rejeitam negacionismo em pesquisa do Iser.

Os frequentadores evangélicos da Marcha para Jesus estão cada vez mais preocupados com as mudanças climáticas e reconhecem que a ação humana tem grande responsabilidade nesse cenário. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser), 70% dos entrevistados discordam totalmente da ideia de que o aquecimento global é uma mentira, evidenciando que uma parcela significativa dos fiéis percebe os impactos do aquecimento e das mudanças climáticas em seu dia a dia.

O estudo intitulado “Cristianismos e narrativas climáticas” analisou a forma como grupos católicos e evangélicos interpretam as discussões sobre meio ambiente e mudanças climáticas. A pesquisa foi feita por meio de metodologias quantitativas e qualitativas em ambientes digitais e presenciais, com entrevistas realizadas durante as Marchas para Jesus em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, entre junho e dezembro de 2023.

Os resultados obtidos revelam que os evangélicos participantes da Marcha para Jesus estão engajados e interessados em compreender melhor as questões climáticas, desqualificando fake news e demonstrando preocupação sobre a preservação do meio ambiente. A pesquisa também mostrou que esses fiéis não se alinham com negacionismos climáticos e acreditam na responsabilidade humana na resolução dos problemas ambientais.

Além disso, a maioria dos entrevistados concorda que cabe ao Estado criar políticas públicas de preservação e enfrentamento às mudanças climáticas, destacando a importância do governo nesse processo. As respostas também revelaram que os evangélicos não veem as questões climáticas como causas divinas, e sim como resultado das ações humanas, enfatizando a importância da conscientização e da responsabilidade individual.

A pesquisa ainda abordou a ligação entre desastres ambientais e a volta de Jesus à Terra, com uma parte dos entrevistados associando esses eventos ao Apocalipse. Também foram analisadas frases proferidas por figuras políticas, como a declaração controversa do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a Amazônia, com a maioria dos evangélicos discordando dessa afirmação.

Os dados mostram que, apesar de muitos evangélicos não participarem de atividades em suas igrejas voltadas para o tema ambiental, há uma percepção de que as igrejas devem abordar essa questão. A pesquisa evidenciou o interesse dos cristãos em se informar sobre questões ambientais, com a internet sendo uma importante fonte de notícias para essa audiência.

Dessa forma, a pesquisa do Iser destaca a importância do engajamento dos evangélicos na discussão e conscientização sobre as mudanças climáticas, demonstrando que as questões ambientais têm se tornado cada vez mais relevantes dentro das comunidades religiosas.

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