O estudo intitulado “Cristianismos e narrativas climáticas” teve como objetivo analisar como grupos católicos e evangélicos interpretam os debates sobre meio ambiente e mudanças climáticas. Segundo a antropóloga Jacqueline Teixeira, que coordenou a pesquisa, os resultados indicam uma reconfiguração dos estereótipos relacionados aos evangélicos, demonstrando um interesse significativo desses fiéis em compreender as questões climáticas.
Uma das constatações da pesquisa foi que evangélicos com alto engajamento nas atividades religiosas estão mais interessados em abordar pautas climáticas e buscam qualificar as informações que recebem. Além disso, a maioria dos entrevistados responsabiliza a ação humana pelas mudanças climáticas, rejeitando ideias como a terra plana e aceitando a existência do aquecimento global.
Outro ponto relevante da pesquisa foi a identificação de diferentes justificativas teológicas entre os evangélicos para explicar as mudanças climáticas, incluindo associações com o pecado e a responsabilidade do homem na resolução dessas questões. A maioria dos entrevistados também reconheceu a importância da atuação do Estado na criação de políticas públicas de preservação e enfrentamento das mudanças climáticas.
No entanto, a pesquisa apontou que a maioria dos evangélicos entrevistados nas Marchas para Jesus não participa de atividades relacionadas ao meio ambiente em suas igrejas, apesar de considerarem importante que essas questões sejam abordadas. Ainda assim, a pesquisa revelou um interesse dos fiéis em se informar sobre a temática ambiental, principalmente por meio da internet e sites de notícias.
Em suma, os resultados da pesquisa destacam a crescente preocupação dos evangélicos com as mudanças climáticas e a importância de abordar esse tema nas igrejas, sinalizando uma mudança de postura em relação a essa questão que afeta a todos.
