Segundo o ginecologista Olímpio Moraes, diretor médico da Universidade de Pernambuco, existem cerca de 14 mil gestantes com menos de 14 anos no Brasil, e apenas 4% delas têm acesso ao aborto em caso de estupro. Para muitas dessas meninas, a gravidez representa um perigo iminente à sua saúde física e mental.
O risco de complicações na gestação, bem como de sequelas e até mesmo de morte, aumenta significativamente em meninas tão jovens. Além disso, a saúde mental dessas jovens também é severamente prejudicada, resultando em um aumento das taxas de suicídio devido à violência sexual.
Organismos como a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertam para os riscos elevados que as mães adolescentes enfrentam durante a gravidez, com maior incidência de complicações como eclâmpsia, endometrite puerperal e infecções sistêmicas. Os bebês nascidos de mães adolescentes também enfrentam mais riscos, como baixo peso ao nascimento, parto prematuro e condições neonatais graves.
Ademais, pesquisas da Academia Americana de Pediatria indicam que as menores grávidas têm maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde relacionados à gravidez, como hipertensão e anemia, além de maior propensão ao trabalho de parto prematuro e infecções sexualmente transmissíveis.
Diante desse cenário preocupante, medidas de prevenção, apoio e informação sobre saúde reprodutiva se fazem cada vez mais necessárias para proteger a integridade física e emocional das adolescentes e garantir que tenham acesso a um futuro saudável e seguro.