Grupo de 120 combatentes voluntários parte da Rússia para a Ucrânia, incluindo veteranos insatisfeitos com o Kremlin.

Um enorme avião de transporte militar entrou na pista do principal campo de pouso de Grozny, capital da República Chechênia, no sudeste da Rússia, durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. Nesse avião, um grupo de 120 combatentes voluntários embarcou com destino à Ucrânia, vestidos com camuflagem e recém-formados após concluir pelo menos 10 dias de treinamento em Gudermes, perto de Grozny, na Universidade das Forças Especiais.

Essas tropas tinham uma composição diversificada, com alguns voluntários sem experiência em combate e outros veteranos que estavam em suas segundas ou terceiras missões, incluindo ex-mercenários do grupo Wagner, que foi dissolvido em 2023 após um motim contra o Kremlin.

Os combatentes do Wagner, descontentes em trabalhar para o Ministério da Defesa russo, transferiram unidades inteiras para as forças treinadas pelos chechenos, conhecidas como batalhões Akhmat. Esses batalhões pretendiam absorver homens de fora do Exército russo.

Muitos dos voluntários foram atraídos pelos bônus generosos e pagamentos de cerca de US$ 2 mil por mês, que representavam pelo menos o dobro do salário médio na Rússia. O treinamento intensivo perto de Grozny sinalizava uma mudança nas lealdades étnicas que surgem em tempos de conflito.

Alguns dos voluntários eram chechenos que, em uma inversão histórica, estavam sendo enviados para lutar na Ucrânia contra a Rússia, após décadas de hostilidade entre os chechenos e Moscou. O líder autocrático da Chechênia, Ramzan Kadyrov, participou ativamente desse recrutamento, investindo recursos no centro de treinamento militar.

A participação dos chechenos na guerra contra a Rússia, liderada por Putin, refletiu um cenário complexo de lealdades e motivações diversas entre os voluntários. Alguns buscavam escapar de suas vidas cotidianas problemáticas, enquanto outros viam a guerra como uma forma de defender sua pátria.

No entanto, o dinheiro e as condições contratuais favoráveis, como contratos de apenas quatro meses, também foram motivadores importantes para muitos, em comparação com os destemidos soldados regulares das Forças Armadas russas. A diversidade de histórias e motivações dos voluntários refletiu a complexidade e as circunstâncias únicas que levaram esses combatentes a se engajarem no conflito entre Rússia e Ucrânia.

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