Núcleo interno da Terra desacelera em relação à superfície, indicam pesquisadores da Universidade da Califórnia em recente estudo na Nature.

Recentemente, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia divulgaram um estudo na prestigiosa revista Nature que revela que o núcleo interno da Terra está desacelerando em relação à superfície do planeta. Essa descoberta pode ter consequências desconhecidas, mas os cientistas alertam que uma das mudanças pode ser o aumento na duração dos dias, que tendem a ficar mais longos.

Localizado a mais de 4.800 quilômetros da superfície terrestre, o núcleo interno é composto por uma liga de ferro e níquel e possui dimensões similares às da Lua. Desde 2010, os pesquisadores observaram que ele diminuiu sua velocidade de rotação, tornando-se mais lento em comparação com o exterior do planeta.

A temperatura no núcleo interno da Terra atinge até 5.400°C, o que, somado à distância, torna impossível o trabalho de campo para os cientistas. Porém, os pesquisadores se basearam em evidências como atividades sísmicas de terremotos registrados para conduzir essa pesquisa.

Ao analisar atividades sísmicas de terremotos que ocorreram ao longo dos anos, os cientistas puderam estimar a posição e o tipo de movimentação do núcleo interno. Além disso, dados de testes nucleares soviéticos, franceses e americanos também foram utilizados para embasar a pesquisa.

Segundo o pesquisador John Vidale, a desaceleração do núcleo terrestre pode ter um impacto na duração de um dia, embora seja praticamente imperceptível para os humanos. Ele ressalta que as movimentações na parte externa da Terra estão intrinsecamente ligadas às alterações observadas no núcleo interno, além de afetarem o campo magnético do planeta.

O estudo liderado por Vidale traz à tona novas descobertas e contribui de forma significativa para a compreensão dos movimentos do núcleo terrestre. Essa desaceleração do núcleo interno, que ocorreu pela primeira vez em muitas décadas, demonstra a complexidade e a importância de estudos geofísicos para a compreensão do nosso planeta.

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