Com o conflito no Leste Europeu se prolongando, a Rússia viu a necessidade urgente de obter armamentos convencionais, como munições de artilharia, sendo a Coreia do Norte uma fornecedora capaz de suprir essa demanda. Diante dessa questão estratégica, Putin e Kim têm estabelecido uma aproximação.
As relações entre os dois países no que se refere ao fornecimento de armas têm sido objeto de intensa especulação internacional. Em setembro de 2022, os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte de vender artilharia à Rússia pela primeira vez, negada à época por Pyongyang. Posteriormente, em agosto de 2023, a Casa Branca alertou sobre negociações entre Putin e Kim relacionadas a armamentos, culminando na visita de Kim a Putin na Rússia em setembro.
De acordo com autoridades americanas, a Coreia do Norte enviou mais de 1.000 contêineres de armas para a Rússia até março, incluindo projéteis de artilharia e foguetes. O ministro da Defesa da Coreia do Sul estimou que o total poderia chegar a 10 mil contêineres até o momento. Além disso, a Rússia começou a empregar mísseis balísticos produzidos na Coreia do Norte durante os conflitos na Ucrânia, o que gerou controvérsia devido às sanções impostas pela ONU à Coreia do Norte.
A utilização das armas fornecidas pela Coreia do Norte tem tido um impacto significativo na batalha na Ucrânia, contribuindo para que a Rússia mantenha uma vantagem sobre o país vizinho. Mísseis como os da série Hwasong-11A são apontados como altamente precisos e difíceis de serem interceptados. No entanto, especialistas afirmam que outros armamentos fornecidos podem não ser tão eficazes.
Em meio a negativas de Moscou e Pyongyang sobre o comércio de armas, a visita de Putin à Coreia do Norte surge como mais um capítulo na complexa relação entre os dois países, com repercussões diretas no cenário internacional e na guerra na Ucrânia.
