Em uma entrevista exclusiva à Folha de Pernambuco, o pesquisador e historiador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Estevam Machado, ponderou sobre a dificuldade de dar uma resposta definitiva a essa questão. Segundo ele, ambas as festas se tornaram mais populares a partir da década de 1980, impulsionadas pelo investimento do poder público.
Machado explicou que as prefeituras de Caruaru e Campina Grande passaram a enxergar nas festas juninas uma oportunidade de atrair turistas e incentivar a economia local. Com isso, surgiram espaços como o Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga, em Caruaru, e o Parque do Povo, em Campina Grande, que servem como palcos para essas celebrações.
Além da disputa pelo maior São João, Caruaru e Campina Grande compartilham semelhanças econômicas e geográficas. Ambas são centros econômicos de suas respectivas regiões e têm indústrias têxteis, pecuária e setores de serviços fortes.
Quanto aos números, os dados mostram que o São João de Caruaru movimentou mais de R$ 620 milhões na economia da cidade, gerando mais de 15 mil empregos diretos e indiretos. Em contrapartida, Campina Grande movimentou mais de R$ 500 milhões, gerando 5 mil empregos diretos e indiretos.
Em resumo, a disputa pelo maior São João do mundo é mais do que uma mera questão de rivalidade entre duas cidades nordestinas. Trata-se de um fenômeno cultural e econômico que coloca em evidência a importância dessas festas para as comunidades locais e para a região como um todo. E, no final das contas, o grande vencedor é o Nordeste brasileiro, que celebra com muito forró, comida típica e alegria as tradições juninas.
