A análise revela que mais de dois terços da área afetada pelas queimadas (68%) correspondem a vegetação nativa, enquanto os outros 32% estão ligados a ocupações humanas, principalmente destinadas à agricultura e pastagens. Os estados do Mato Grosso, Pará e Maranhão foram os mais afetados, concentrando quase metade das áreas queimadas (46%) no período.
O MapBiomas destaca que 60% das terras incendiadas pertencem a propriedades privadas e que as queimadas são mais frequentes na estação seca, entre os meses de julho e outubro, concentrando 79% dos casos. Além disso, cerca de 65% das áreas afetadas pelo fogo ocorreram mais de uma vez ao longo dessas quatro décadas.
O estudo aponta que o Cerrado e a Amazônia foram os biomas mais atingidos pelas queimadas, representando aproximadamente 86% da área incendiada no país. Enquanto o Cerrado teve 88,5 milhões de hectares queimados, correspondendo a 44% do total nacional, a Amazônia registrou 82,7 milhões de hectares em chamas, o que representa 42% do território afetado.
Os pesquisadores ressaltam que, embora os números absolutos das áreas incendiadas sejam semelhantes, é importante considerar o tamanho dos biomas. Por exemplo, no Cerrado, as queimadas correspondem a 44% de sua extensão, enquanto na Amazônia esse percentual é de 19,6%.
O estudo também destaca as diferenças nas características das queimadas em cada bioma. Na Amazônia, as chamas são majoritariamente causadas pelo desmatamento e pelas práticas agrícolas, o que resulta em perda de biodiversidade. Já no Cerrado, o fogo é uma parte natural e controlada do ecossistema, mas a expansão agropecuária e o uso indiscriminado do fogo têm preocupado os ambientalistas.
Por fim, o MapBiomas aponta que outros biomas brasileiros, como o Pantanal, a Caatinga, a Mata Atlântica e o Pampa, também foram afetados pelas queimadas, evidenciando a urgência de ações para prevenir e combater incêndios florestais em todo o país.