Os dados revelam que, em 2022, foram registrados no país cerca de 221,2 mil casos de violência contra a mulher, sendo que a maioria dessas agressões ocorreu dentro de casa e em contexto intrafamiliar, com os homens sendo os principais agressores. Entre as formas de violência mais comuns, a agressão física se destacou, representando 36,7% de todos os casos.
Além disso, o relatório aponta que a violência sexual é a principal causa de atendimento no sistema de saúde para meninas de 10 a 14 anos, correspondendo a quase metade dos casos nessa faixa etária. A pesquisadora Samira Bueno, uma das coordenadoras do Atlas, ressalta a gravidade do problema e a importância de se entender a magnitude dessa questão.
A negligência também é uma forma frequente de violência, sendo a mais comum entre vítimas de 0 a 9 anos, seguida pela violência sexual. Já para mulheres de 15 a 69 anos, a violência física predomina, enquanto a negligência volta a ganhar destaque a partir dos 70 anos.
Os dados do Atlas também revelam que os homicídios de mulheres não apresentaram queda, ao contrário do que aconteceu com a taxa geral de homicídios. Mulheres negras foram as mais afetadas, representando a maioria das vítimas.
Nesse contexto, discute-se no Congresso um projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio simples. Essa proposta tem gerado protestos e polêmicas, com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se posicionando contrariamente à criminalização do aborto. A divulgação desses dados alarmantes reflete a urgência de políticas e medidas para combater a violência e proteger as mulheres no país.