Esses dados foram revelados em uma pesquisa intitulada “Carga da doença e econômica atribuível ao tabagismo no Brasil e potencial impacto do aumento de preços por meio de imposto”, realizada ao longo de dois anos e divulgada recentemente na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília. O estudo foi coordenado pela Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco e contou com o apoio de importantes instituições de saúde.
Uma das principais conclusões do estudo é que a indústria do tabaco gera muito mais prejuízos do que benefícios financeiros para o país. Apesar da arrecadação de impostos federais com a indústria tabagista não ter ultrapassado R$ 9 bilhões em 2022, os gastos com assistência médica foram de R$ 67,2 bilhões apenas no Sistema Único de Saúde (SUS).
As doenças mais comuns relacionadas ao tabagismo são as respiratórias, cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC), que são responsáveis por grande parte dos gastos destinados aos tratamentos médicos. Além disso, as mortes prematuras e a incapacidade para o trabalho geram uma perda indireta de R$ 45 bilhões para a sociedade.
Diante desses dados, o estudo propõe um aumento significativo na taxação dos produtos de tabaco, visando reduzir o consumo e evitar custos com assistência médica, além de prevenir mortes associadas ao tabagismo. A pesquisa destaca a importância de medidas para combater o tabagismo e seus impactos negativos na saúde e na economia do país.