O caso veio à tona nesta segunda-feira, quando o promotor suíço Yves Bertossa comparou os R$ 54 mil gastos em um ano com o cachorro da família com os salários mínimos pagos aos empregados. Prakash e Kamal Hinduja, juntamente com o filho Ajay e sua esposa Namrata, são acusados de terem levado funcionários indianos para a Suíça, confiscado seus passaportes e os submetido a condições de trabalho desumanas.
Os trabalhadores, vindos da Índia para cuidar das crianças e das tarefas domésticas na vila da família em Genebra, recebiam apenas US$ 8, equivalente a R$ 43, por 18 horas de trabalho diárias. Além disso, eles tinham pouca liberdade para deixar a residência, já que seus passaportes estavam confiscados.
Apesar de um acordo ter sido feito entre a família Hinduja e os ex-funcionários, o processo por tráfico humano segue em andamento. Os advogados de defesa alegam que os baixos salários devem ser contextualizados, já que os funcionários recebiam alimentação e hospedagem gratuitas.
As acusações de tráfico humano, baseadas no confisco dos passaportes e nas restrições impostas aos funcionários, podem resultar em pena de até cinco anos e meio de prisão e exigir milhões de dólares em indenizações às vítimas. O desfecho desse julgamento promete gerar ainda mais repercussão nos próximos dias.