Um médico da região, sob condição de anonimato, revelou à Associated Press que o número de vítimas poderia chegar a 600. A Arábia Saudita, por sua vez, não se pronunciou sobre as mortes e não ofereceu explicações sobre as causas dos óbitos.
O Hajj é uma tradição religiosa exigida de todo muçulmano apto pelo menos uma vez na vida, e, embora mortes durante a peregrinação não sejam incomuns, este ano o número de óbitos sugere um aumento significativo. Países como a Jordânia e Tunísia apontaram o calor como determinante para a fatalidade de seus cidadãos durante a peregrinação.
Segundo relatos, a maioria das vítimas eram egípcias, somando mais de 300 mortos. A situação gerou desespero entre os familiares, que se aglomeraram no Complexo de Emergência da região em busca de informações sobre seus entes queridos desaparecidos.
O ministério das Relações Exteriores do Egito afirmou estar colaborando com as autoridades sauditas nas buscas pelos egípcios desaparecidos durante o Hajj. Enquanto isso, voluntários distribuíam água e sorvetes aos peregrinos para tentar amenizar o calor escaldante.
As autoridades sauditas recomendaram aos fiéis o uso de guarda-chuvas, ingestão de bastante água e evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia. No entanto, muitos rituais do Hajj exigem que os peregrinos permaneçam ao ar livre por longos períodos, o que aumenta o risco à saúde devido às altas temperaturas.
A família do governante al-Saud, detentora de grande influência no mundo muçulmano, investiu bilhões de dólares em medidas de controle de multidões e segurança para os participantes da peregrinação anual. No entanto, o grande número de peregrinos torna desafiador garantir a segurança de todos, principalmente diante das mudanças climáticas que aumentam o risco para os participantes do Hajj.
Portanto, as autoridades enfrentam o desafio de balancear a tradição religiosa do Hajj com a segurança e saúde dos milhões de fiéis que participam do evento anualmente. A previsão do aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas coloca em alerta a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger a vida dos peregrinos nos próximos anos.
