Ocupações de famílias desabrigadas ganham força em Porto Alegre após enchentes e enfrentam despejo pela Polícia Militar

As ocupações de prédios abandonados ganharam destaque em Porto Alegre como resultado das recentes enchentes que atingiram a capital gaúcha. Desde a histórica inundação de maio, pelo menos quatro ocupações foram realizadas por famílias afetadas pelas chuvas, demonstrando a gravidade da situação habitacional na região.

Uma das ocupações, conhecida como Ocupação Desalojados pela Enchente Rio Mais Grande do Sul, abriga atualmente cerca de 48 famílias, totalizando mais de 120 pessoas. Esse movimento não foi liderado por organizações sociais, mas por famílias desabrigadas que buscaram alternativas à falta de moradia após as enchentes.

Em uma visita à ocupação, a Agência Brasil conversou com moradores, como a faxineira Liziane Pacheco Dutra, que relatou as dificuldades enfrentadas após as enchentes que deixaram sua casa completamente alagada. Ela questionou a falta de utilização de prédios abandonados na cidade para abrigar as famílias em situação de vulnerabilidade.

Outras ocupações também ocorreram na região, como a liderada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a ocupação Maria da Conceição Tavares. No entanto, algumas ocupações foram alvo de reintegração de posse, como a ocupação Sarah Domingues, que foi desocupada pela Polícia Militar.

A situação evidencia o agravamento do déficit habitacional em Porto Alegre, com mais de 87 mil habitações faltantes em 2019, de acordo com a Fundação João Pinheiro. O pesquisador André Augustin ressaltou a necessidade de uma política habitacional mais eficaz na região metropolitana da capital.

Diante desse cenário, o governo federal editou uma medida provisória destinando recursos para moradia popular, visando atender as famílias afetadas pelas enchentes. Ações conjuntas entre os governos federal, estadual, municipais e organismos internacionais também foram realizadas para acolher as famílias desabrigadas.

As ocupações em prédios abandonados revelam a urgência de soluções efetivas para a questão habitacional em Porto Alegre, evidenciando a necessidade de medidas a curto, médio e longo prazo para garantir moradia digna para a população mais vulnerável da cidade.

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