O arcebispo foi convocado para comparecer perante a justiça do Vaticano e se defender dessas acusações, em um procedimento penal extrajudicial que visa agilizar os trâmites burocráticos. Em suas declarações, Vigano afirmou que considera as acusações contra si como uma honra e fez duras críticas ao Papa Francisco, acusando-o de tirania no exercício de poder e rejeitando tanto o atual pontífice quanto as decisões do Concílio Vaticano II.
Além disso, o arcebispo descreveu o Concílio Vaticano II como um “câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico” e classificou a Igreja sob a liderança de Francisco como uma “metástase”. Até o momento, o Vaticano não se pronunciou sobre o assunto e não há retorno sobre os contatos feitos pela AFP.
Monsenhor Carlo Maria Vigano ficou conhecido por sua postura crítica em relação ao Papa Francisco, chegando a pedir a renúncia do pontífice em 2018, após acusá-lo de acobertar casos de violência sexual dentro da Igreja. O arcebispo também foi condenado por um tribunal italiano a pagar uma quantia significativa a seu irmão em um caso de espólio familiar.
Diante desses fatos, o caso do arcebispo italiano ganha destaque no cenário religioso internacional, levantando questionamentos sobre a hierarquia da Igreja Católica e as divergências internas que surgem em relação às decisões e posturas do Papa Francisco. Dessa forma, a posição de Vigano frente às acusações de cisão e repúdio ao Concílio Vaticano II revela as tensões e conflitos existentes dentro da instituição religiosa.