Boicote a empresas ligadas a Israel impulsiona marcas locais no Paquistão, fortalecendo identidade nacional e aumentando vendas de produtos nativos.

O boicote a empresas ligadas a Israel em protesto contra a guerra na Faixa de Gaza tem gerado efeitos inesperados para empresas locais no Paquistão. Essas empresas estão aproveitando a oportunidade para fortalecer a identidade nativa de suas marcas e ganhar destaque no mercado.

Um exemplo desse fenômeno é o Mezan Group, fabricante de alimentos e bebidas, que viu suas vendas de refrigerantes aumentarem após lançar uma campanha com o slogan “Porque a ColaNext é paquistanesa”. Mian Zulfiqar Ahmed, diretor administrativo da Mezan Beverages, comenta que o sucesso do refrigerante se deve ao movimento de boicote e à adesão dos consumidores ao produto.

O movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) tem como objetivo pressionar financeiramente Israel em resposta ao bloqueio a Gaza e à ocupação da Cisjordânia. Esse movimento ganhou força após um ataque terrorista do Hamas em Israel, desencadeando uma intensa ofensiva militar israelense em Gaza, com saldo de milhares de mortos.

No Paquistão, a indignação recaiu sobre empresas americanas, mesmo sem ligação direta com Israel. Manifestantes incendiaram um restaurante da KFC, lojas retiraram marcas estrangeiras das prateleiras e influenciadores locais promoveram empresas locais em detrimento das multinacionais, como McDonald’s.

A atriz Ushna Shah incentivou seus seguidores a apoiarem a campanha de boicote, ressaltando o poder do boicote econômico. Em supermercados, os clientes passaram a questionar a procedência dos produtos e muitos preferem marcas locais em detrimento das estrangeiras.

Esse movimento gerou um despertar do patriotismo entre os paquistaneses, que passaram a valorizar e apoiar produtos locais. No entanto, especialistas alertam que, apesar da adesão atual, o movimento localista terá pouco impacto econômico, uma vez que as decisões são individuais e o país ainda depende de matérias-primas importadas.

No entanto, iniciativas como a página “Pakistan Goes Local” no Facebook estão ganhando adesão e promovendo produtos feitos no Paquistão. O futuro do movimento de boicote e valorização do produto local ainda é incerto, mas por enquanto despertou um sentimento de nacionalismo entre os consumidores.

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