Posteriormente, Netanyahu dissolveu a estrutura do gabinete de guerra, e o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, declarou que o grupo terrorista Hamas não pode ser destruído, indo contra a posição do político. Netanyahu, por sua vez, tem afirmado que Israel continuará lutando contra o Hamas até que suas capacidades militares e de governança sejam aniquiladas.
Com a guerra já no nono mês, a falta de um final claro ou de um plano para o pós-conflito tem causado frustração entre as lideranças do país e seus aliados, incluindo os Estados Unidos. Nesse contexto, as declarações de Hagari apontaram para as crescentes divisões entre o premier e as lideranças do país.
O porta-voz do Exército afirmou que não há como enfraquecer a ideologia do Hamas a longo prazo sem uma alternativa viável e que a ideia de destruir o grupo, defendida por Netanyahu, é ilusória. O gabinete do primeiro-ministro respondeu rapidamente, reiterando o compromisso das Forças Armadas de Israel em acabar com o Hamas.
A avaliação de que o Hamas sobreviverá à guerra não é nova, pois a inteligência militar israelense já havia indicado que mesmo desmantelando a capacidade militar do grupo, ele permanecerá como uma organização terrorista e de guerrilha. O documento elaborado pela divisão de pesquisa da Inteligência Militar do Exército também alertou para a possibilidade de uma crise profunda em Gaza se não houver planos claros para o pós-guerra.
Os comentários de Hagari refletem a preocupação dos líderes militares de Israel com a responsabilidade de administrar Gaza após a guerra, algo que eles preferem evitar. As divergências entre Netanyahu e as lideranças políticas e militares de Israel continuam crescendo, com críticas até mesmo de aliados como os Estados Unidos. A incerteza sobre o futuro de Gaza e a falta de planos claros para o pós-conflito têm gerado tensões e questionamentos sobre a conduta do governo israelense.