A professora Thaiane Oliveira, da Universidade Federal Fluminense e membro afiliada da ABC, destacou que as mídias sociais são um campo fértil para disseminar informações falsas relacionadas à ciência, especialmente devido aos algoritmos que favorecem a reprodução de conteúdos enganosos. Além disso, há uma preocupação crescente com a presença de pseudocientistas com grande alcance nessas redes.
A desinformação científica se revelou um problema global, especialmente durante a pandemia, quando surgiram diversas informações falsas sobre vacinas. A incerteza é um elemento intrínseco à natureza da ciência, o que torna o fenômeno da desinformação ainda mais complexo.
O relatório destaca a importância de mobilizar a comunidade acadêmica e científica para regulamentar a disseminação de informações nas plataformas digitais. Além disso, ressalta a necessidade de desenvolver estratégias que evitem a disseminação de dados gerados por inteligência artificial e promover a marcação de conteúdo produzido por máquinas.
Diversas recomendações são propostas no relatório para combater a desinformação científica, incluindo a promoção da divulgação científica, o fortalecimento da comunicação de universidades, o investimento em educação midiática e científica, entre outras ações.
O vice-presidente regional da ABC, Glaucius Oliva, ressaltou que o relatório foi resultado de um grupo de trabalho composto por 19 especialistas no tema. Ele destacou a importância do documento para fortalecer o pensamento crítico e a valorização do conhecimento baseado em evidências.
Por fim, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, enfatizou o papel fundamental da academia na luta contra a desinformação e destacou a importância de promover o resgate das evidências científicas como forma de fortalecer a democracia e avançar no conhecimento científico.