Mais de mil mortos em Meca durante peregrinação anual, metade eram peregrinos não registrados, sob calor sufocante.

A grande peregrinação anual a Meca, um dos cinco pilares do islamismo, foi marcada por uma tragédia este ano. Mais de mil pessoas perderam suas vidas durante o hajj na Arábia Saudita, em meio a um calor sufocante. O balanço atualizado pela AFP nesta quinta-feira revelou que mais da metade dos mortos eram peregrinos não registrados, totalizando 630 indivíduos.

Entre os mortos, 58 eram egípcios, elevando o número de peregrinos desta nacionalidade que faleceram durante a peregrinação para 658. O somatório das vítimas fatais inclui pessoas de quase 10 países, como Malásia, Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irã, Senegal, Tunísia e do Curdistão iraquiano. As condições ambientais adversas, com temperaturas extremamente altas, foram um agravante neste cenário de tragédia.

Por conta do calor intenso, diversos peregrinos enfrentaram graves problemas de saúde, tornando-se vulneráveis ao ambiente hostil. Muitos destes indivíduos não tinham acesso aos espaços com ar condicionado disponibilizados pelas autoridades sauditas, devido à situação irregular em que se encontravam no país. O sistema de cotas de peregrinos por país na Arábia Saudita visa controlar o fluxo de pessoas que participam da peregrinação, mas a realidade mostra que muitos acabam buscando vias irregulares para estar presentes no evento.

O hajj deste ano ocorreu em um momento próximo ao início do verão saudita, com temperaturas extremas. O calor intenso afetou gravemente a saúde dos peregrinos, resultando em mortes que poderiam ter sido evitadas. As autoridades sauditas receberam 1,8 milhão de peregrinos autorizados, mas a falta de condições adequadas para aqueles em situação irregular contribuiu para a tragédia. A busca incessante por parentes desaparecidos nos hospitais da região destacou a dimensão do impacto desta peregrinação neste ano.

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