Nos últimos 12 meses, o Pantanal já soma um total de 9.014 focos de queimadas, quase sete vezes mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.298 focos. O aumento das queimadas chama a atenção, pois nos anos anteriores o problema só se intensificava a partir de agosto.
O Pantanal, considerado a maior área úmida contínua do planeta, vem sofrendo com os efeitos do fenômeno El Niño na mudança do clima. Isso impacta diretamente no volume dos rios que cortam o bioma, como evidenciado pela situação crítica de escassez de recursos hídricos declarada na Bacia do Paraguai pela Agência Nacional de Águas (ANA) em maio.
Diante desse cenário preocupante, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a criação de uma sala de situação para ações preventivas e de controle de incêndios e secas. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ressaltou a gravidade da situação, especialmente na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, onde o Pantanal já está completamente seco no primeiro semestre.
Uma pesquisa da rede MapBiomas revelou que o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas nas últimas quatro décadas, com 9 milhões de hectares queimados, representando 59,2% do território do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O município de Corumbá foi o mais atingido pelas queimadas, com 25% de seu território marcado pelas “cicatrizes de fogo”.
Diante desse cenário alarmante, um acordo entre o Ministério do Meio Ambiente e os governadores dos estados da Amazônia e Pantanal foi estabelecido no Dia Mundial do Meio Ambiente para ações de prevenção e combate às queimadas, incluindo a suspensão das autorizações de queima até o final do período seco. A Agência Brasil entrou em contato com o MMA, mas ainda não obteve resposta.