Estudo revela resposta imune inédita ao Covid-19 no nariz de indivíduos que eliminaram o vírus antes da infecção.

Nesta semana, um estudo publicado na revista científica Nature trouxe luz a um fenômeno até então incompreensível para os cientistas: a imunidade de algumas pessoas ao coronavírus. Após quatro anos e meio desde o surgimento do primeiro caso de Covid-19 em Wuhan, na China, mais de 704 milhões de casos da doença foram confirmados em todo o mundo, resultando na trágica perda de 7 milhões de vidas, sendo 711 mil apenas no Brasil.

No entanto, em meio a esses números alarmantes, surgiu uma nova perspectiva. O estudo, conduzido por pesquisadores de renomadas instituições do Reino Unido e da Holanda, analisou a resposta imunológica de 36 adultos saudáveis logo após serem expostos ao Sars-CoV-2. Os resultados revelaram que, em alguns casos, a resposta imune se manifesta de forma inédita no nariz, eliminando o vírus antes mesmo que ele cause a infecção.

Essa descoberta intrigante sugere que a imunidade de certas pessoas pode estar associada a níveis elevados de um gene específico, o HLA-DQA2. Além disso, o estudo revela uma abordagem inovadora ao analisar a Covid-19 por meio de um experimento chamado “desafio humano”, onde voluntários saudáveis são infectados de forma controlada para estudar a ação do vírus.

Os pesquisadores observaram que, entre os participantes que não foram contaminados pelo coronavírus, houve uma resposta imune sutil e localizada apenas no nariz. Por outro lado, aqueles que desenvolveram uma infecção sustentada apresentaram uma resposta imune mais lenta nessa região, permitindo que o vírus se estabelecesse.

Para os autores do estudo, essas descobertas representam um novo caminho para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos mais eficazes contra a Covid-19 e outras doenças infecciosas. Aprofundando-se no papel dos genes na imunidade, estudos anteriores já haviam identificado uma variante genética, HLA-B*15:01, associada à proteção contra o Sars-CoV-2.

Essas descobertas abrem caminho para uma compreensão mais ampla das respostas imunológicas e para o desenvolvimento de intervenções mais sofisticadas no combate a futuras pandemias. Com isso, a ciência avança em busca de soluções cada vez mais eficazes para proteger a humanidade contra ameaças virais.

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