Mais de 45 dias após a enchente, as ruas de Eldorado ainda exibem montanhas de entulho, carros arrastados e casas inteiras de madeira deslocadas. Moradores como Inês da Silva, de 47 anos, lutam para limpar suas casas invadidas pela água, com a incerteza pairando sobre suas vidas.
A dona de casa relata que sua casa foi invadida pela água novamente, após um breve período sem alagamento. Com três filhos, um deles de apenas 6 anos, ela expressa o impacto psicológico e emocional que a situação tem causado em sua família.
Além disso, a cidade ainda abriga 5,4 mil pessoas desalojadas, com muitas delas vivendo em abrigos improvisados. O pescador artesanal Luiz Antônio Ceccon de Albuquerque, de 53 anos, relata a difícil experiência de ter que abandonar sua casa pela segunda vez em pouco tempo, devido ao medo das águas subirem novamente.
Para lidar com essa situação, a prefeitura de Eldorado do Sul aposta na construção de um dique em torno do centro urbano da cidade, excluindo as comunidades mais vulneráveis às enchentes. O projeto, que existe há 12 anos, finalmente parece estar prestes a ser colocado em prática, com estimativa de custo de R$ 460 milhões e promessa de realização de licitação ainda este ano pelo governador do estado.
Nesse cenário de devastação e incerteza, os moradores de Eldorado do Sul clamam por soluções para evitar futuras tragédias e poderem reconstruir suas vidas em um ambiente seguro e digno de moradia.
