Os juízes do tribunal de Windhoek, capital do país, afirmaram que em uma sociedade democrática não é justificável considerar uma atividade criminosa simplesmente porque a maioria dos cidadãos não a aceita. A lei da sodomia, datada de 1927 e mantida desde a independência em 1990, proibia as relações homossexuais na Namíbia, mas raramente era aplicada.
A organização Human Dignity Trust, sediada em Londres, celebrou a decisão como histórica e afirmou que a comunidade LGBTQIAPN+ na Namíbia pode agora vislumbrar um futuro melhor. A diretora da organização, Tea Braun, ressaltou a importância desse marco para os direitos das minorias nesta nação africana.
A decisão também foi reconhecida pelo programa das Nações Unidas para o HIV/aids, UNAIDS, que a classificou como uma vitória significativa para uma Namíbia mais inclusiva. Para Friedel Dausab, autor do caso, a decisão foi crucial para que ele não se sinta mais um criminoso em seu próprio país apenas por ser quem é.
A crescente intolerância contra os direitos das pessoas LGBTQIAPN+ em alguns países do sul da África contrasta com a decisão do tribunal namibiano. A África do Sul é o único país do continente onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido, mostrando que a luta pela igualdade e respeito à diversidade ainda é um desafio em muitas nações africanas.