Médicos têm prescrito o sildenafil para algumas pacientes do sexo feminino, seja em forma de pílulas em doses mais baixas ou como creme tópico produzido em farmácias de manipulação. A empresa farmacêutica Daré, por exemplo, está buscando a aprovação do FDA para o seu creme tópico de sildenafil, destinado especificamente para mulheres.
Estudos, incluindo um recente financiado pela Daré, sugerem que, se o medicamento de fato for eficaz em aumentar a excitação nas mulheres, isso provavelmente se aplicará apenas a um pequeno grupo específico de mulheres.
A pesquisa realizada pela Daré envolveu a aplicação de um creme de sildenafil em 174 mulheres na pré-menopausa, que foram solicitadas a relatar seus níveis de excitação, desejo sexual, entre outros aspectos relacionados à vida sexual. Os resultados indicaram que as mulheres diagnosticadas com distúrbio de excitação sexual feminina relataram um aumento na excitação com o uso do creme, mas não houve melhoria significativa no grupo que também apresentava outros problemas de saúde.
Especialistas ressaltam que a excitação feminina é um processo complexo, influenciado por diversos fatores psicológicos e fisiológicos. O sildenafil pode ajudar a aumentar o fluxo sanguíneo, favorecendo a sensibilidade e lubrificação, mas não é uma solução universal para todas as mulheres com dificuldades sexuais.
Segundo Justin Garcia, diretor executivo do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana, questões como imagem corporal, estresse e qualidade do sono também são cruciais para a função sexual feminina. O sildenafil pode ser considerado como uma opção terapêutica em casos específicos, mas seu benefício deve ser avaliado individualmente.
Em resumo, o uso do Viagra para mulheres com dificuldades de excitação ainda é uma questão em aberto, com resultados variados e limitações. A busca por opções farmacêuticas para melhorar a função sexual feminina continua, mas é importante considerar que cada caso é único e deve ser tratado de forma personalizada.