A reportagem da Agência Brasil visitou o município pouco mais de 50 dias após a tragédia e testemunhou casas e comércios abandonados, reflexo do medo e da desconfiança dos moradores em reinvestir em suas propriedades. O policial civil Glauco Kummer, de 45 anos, relatou os estragos causados pela enchente, que submergiu sua casa em mais de um metro de água, levando parte do telhado.
Outro desafio para os moradores é a disparada dos preços dos imóveis, terrenos e aluguéis após as enchentes. O valor dos imóveis na região subiu entre 50% e 80%, obrigando muitas famílias a buscarem novos locais para viver. Muitos se sentem desamparados e sem perspectiva de reconstrução.
Enquanto alguns habitantes consideram abandonar Roca Sales em busca de uma nova vida em lugares menos afetados, outros, como a comerciante Raquel Lima, de 48 anos, estão determinados a seguir em frente e reconstruir a cidade. Raquel, que se preparava para reabrir sua loja, expressou esperança no renascimento da comunidade local.
A situação ainda é delicada e desafiadora para a prefeitura, que registra uma queda de 40% na arrecadação e enfrenta dificuldades na reconstrução das áreas mais afetadas. Com a necessidade de projetos e recursos para a reconstrução, a administração municipal pede menos burocracia e mais agilidade na liberação de verbas.
Diante dos desafios, a população de Roca Sales se divide entre os que decidem ficar e reconstruir, e aqueles que buscam novas oportunidades em outras localidades. A esperança é que, com solidariedade, determinação e apoio, a cidade consiga superar essa difícil fase e se reerguer.
