Segundo fontes próximas ao presidente da Câmara, Lira acredita que a decisão de arquivamento cabe exclusivamente ao colegiado e, portanto, não levará o pedido adiante. Mais de 60 parlamentares assinaram um requerimento inédito de recurso, na esperança de reviver a tentativa de cassação de Janones, que foi originalmente apresentada pelo Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão do Conselho de Ética em aprovar o parecer do relator, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), favorável ao arquivamento do pedido de cassação, resultou em um placar de 12 votos a favor e 5 contra. Após a sessão, Janones e parlamentares da oposição se envolveram em um tumulto, sendo o deputado escoltado pela Polícia Legislativa até a saída.
A representação contra Janones foi feita com base no depoimento de dois ex-assessores do parlamentar, que alegaram que ele fazia com que funcionários de seu gabinete na Câmara repassassem parte de seus salários. As acusações estão sendo investigadas pela Polícia Federal, e os ex-assessores afirmam que a prática envolvia até mesmo o décimo terceiro salário e correspondia a 60% dos vencimentos dos funcionários.
Diante disso, Boulos argumentou em seu relatório que as acusações contra Janones são anteriores ao início de seu mandato em 2023 e que já eram de conhecimento público desde 2022. O deputado defendeu-se das acusações feitas por seus colegas parlamentares, alegando ter aberto mão de seu sigilo bancário e não possuir um patrimônio significativo, refutando a existência de provas consistentes.
