Morgan Harris, de 39 anos, Marcedes Myran, de 26, uma jovem não identificada e Rebecca Contois, de 24 anos, foram brutalmente assassinadas, estupradas, esquartejadas e descartadas como lixo. Seus entes queridos clamam por justiça, enquanto os restos mortais permanecem ocultos, sem dignidade.
Elle Harris, de 19 anos, expressa sua frustração com a falta de proteção das autoridades às mulheres indígenas, vítimas de crimes hediondos. Sua mãe, Morgan, teve uma vida marcada pela adversidade, refletindo a situação de muitas mulheres nativas, marginalizadas e desprotegidas.
A comunidade instalou barracas tradicionais, um fogo sagrado e vestidos vermelhos perto do aterro sanitário, simbolizando a dor e exigindo justiça para as vítimas. Após inúmeras manifestações e reuniões com líderes políticos, um acordo foi finalmente alcançado para iniciar as exumações.
A negligência das autoridades e a falta de ação diante desses crimes são escancaradas pela história sinistra da “Rodovia das Lágrimas”, onde dezenas de mulheres indígenas desapareceram desde os anos 1960. A maioria desses casos não foi resolvida, perpetuando o sofrimento e a incerteza das famílias.
A ativista Gladys Radek há anos denuncia o racismo sistemático e a inação do Estado diante das mortes e desaparecimentos de mulheres autóctones. Ela não se cansa de lutar por justiça e visibilidade para as vítimas, enquanto o país tenta silenciar sua dor.
A investigação desses crimes reflete a desconfiança histórica entre a polícia e os povos autóctones, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais sensível e eficaz para resolver esses casos. A falta de respostas e de esclarecimento dessas mortes assombra as comunidades afetadas, que clamam por justiça e por uma investigação séria e rigorosa.
No Canadá, onde os direitos humanos são supostamente valorizados, a realidade das mulheres indígenas revela uma faceta sombria e cruel, marcada por violência e impunidade. O país precisa confrontar seu passado colonial e suas políticas discriminatórias para garantir a segurança e a proteção de todas as mulheres, independentemente de sua origem étnica.