Recessão na Argentina devido aos cortes de gastos de Milei gera queda brusca na atividade econômica e no consumo

A Argentina enfrenta um momento delicado no cenário econômico, com a entrada em recessão no primeiro trimestre do ano. Os cortes de gastos implementados pelo presidente Javier Milei contribuíram para uma queda drástica no consumo e na atividade econômica do país.

Segundo dados oficiais do governo argentino, o produto interno bruto registrou uma queda de 2,6% em comparação com o quarto trimestre de 2023. Em relação ao ano anterior, a atividade econômica contraiu 5,1%, um pouco abaixo da previsão de declínio de 5,3% dos economistas consultados pela Bloomberg.

Os meses iniciais do ano foram marcados por cortes severos nas aposentadorias e nos salários do setor público, além da paralisação de projetos de infraestrutura. Desde que assumiu o cargo, Milei adotou medidas como a desvalorização do peso em mais de 50% e a eliminação de centenas de controles de preços. Essas ações resultaram em uma redução de 17% nos salários reais e um declínio de 10% nas vendas dos supermercados.

Os setores mais afetados pela recessão foram construção, manufatura e varejo, enquanto agricultura e mineração conseguiram se manter estáveis. Houve uma queda significativa nos gastos de capital e nas vendas no varejo. Além disso, a taxa de desemprego subiu para 7,7%, em comparação com os 5,7% registrados no trimestre anterior.

Apesar do cenário desafiador, o governo argentino conseguiu registrar cinco superávits orçamentários mensais consecutivos e uma redução mais rápida do que o esperado na inflação. O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera uma possível estabilização da atividade econômica em abril, com a retomada do crédito privado e do consumo de cimento, bem como a recuperação da produção agrícola após a seca do ano anterior.

No entanto, os economistas projetam que o PIB argentino deve continuar em queda, com uma estimativa de retração de 3,8% este ano e um possível crescimento de 3,4% em 2025. A legislação proposta por Milei, com mudanças nas leis trabalhistas e incentivos fiscais para atrair investimentos estrangeiros, é vista como uma possível solução para impulsionar a recuperação econômica do país.

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