Violência entre Israel e Líbano força milhares a abandonar lar; escolas improvisadas são única saída para deslocados.

Yarden Gil, uma professora de 36 anos, é uma das milhares de pessoas deslocadas da zona fronteiriça norte de Israel devido à escalada de violência entre o Exército israelense e o movimento islamista pró-iraniano Hezbollah. Ela abre a grande porta metálica de acesso ao jardim de infância onde trabalha, local que serve como abrigo antiaéreo subterrâneo quando sirenes de alerta soam devido ao lançamento de foguetes do Hezbollah libanês.

Desde que a guerra em Gaza desencadeou um aumento dos confrontos na fronteira israelense-libanesa, as comunidades no norte de Israel tornaram-se cidades fantasmas. Yarden e sua família, procedentes do kibutz Yiftah, a menos de um quilômetro da fronteira com o Líbano, agora vivem em um quarto de hotel perto da cidade de Tiberíades, a mais de 50 km de casa.

Em meio à instabilidade, Iris Amsalem, de 33 anos e mãe de dois filhos, afirma que a nova realidade é aceitar, superar e conviver com ela. Enquanto isso, os deslocados do norte que se abrigam em hotéis querem apenas voltar para casa, mas sentem que foram abandonados pelo governo de Benjamin Netanyahu, que prioriza a guerra em Gaza.

Deborah Fredericks, uma aposentada de 80 anos, passa o tempo praticando jogos de tabuleiro em um hotel cinco estrelas, enquanto Lili Dahn, moradora de Kiryat Shmona, de 60 anos, expressa seu descontentamento por se sentir abandonada pelo governo.

Sarit Zehavi, um ex-oficial de inteligência do Exército israelense, teme um cessar-fogo que permitiria ao Hezbollah preservar suas capacidades e lançar o próximo massacre. Enquanto isso, os deslocados do norte criaram seu próprio sistema escolar para seus filhos e alguns moradores tiveram que retornar para apagar incêndios provocados pelo Hezbollah, já que os bombeiros evitam se aproximar da fronteira.

Espera-se que, após o fim da fase intensa na Faixa de Gaza, o Exército israelense redistribua forças para o norte, visando principalmente fins defensivos e o retorno dos habitantes deslocados para suas casas. O governo é instado a demonstrar mais interesse e responsabilidade com relação à segurança da população deslocada no norte de Israel.

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