Os cientistas responsáveis pelo estudo identificaram que esse processo de infiltração pode representar um ponto crítico de inflexão, no qual o derretimento do gelo se torna acelerado. A água quente que chega do oceano derrete cavidades sob os mantos de gelo, aumentando seu tamanho e permitindo que um fluxo ainda maior de água circule por ali, em um processo de retroalimentação.
Os pesquisadores Alexander Bradley e Ian Hewitt destacaram que pequenos aumentos de temperatura na água infiltrada podem ter um impacto significativo no derretimento dos mantos de gelo. Bradley ressaltou em entrevista ao The Guardian que a cada décimo de grau de aquecimento do oceano, o risco de ultrapassar o ponto crítico se torna maior.
A inclusão desse fenômeno de retroalimentação nos modelos de análise do derretimento de mantos de gelo pode resultar em previsões ainda mais alarmantes para o futuro do planeta. Estima-se que a elevação do nível do mar possa ser até o dobro do que se previa anteriormente, caso esses novos dados sejam considerados.
Esse aumento do nível dos oceanos é um dos impactos mais preocupantes das mudanças climáticas, podendo colocar em risco cidades costeiras ao redor do mundo. No Brasil, cidades como Rio de Janeiro e Santos estão entre as que correm maior perigo de inundação nas próximas décadas, de acordo com um levantamento da organização Climate Central.
Portanto, esse estudo reforça a necessidade urgente de medidas para combater o aquecimento global e suas consequências devastadoras para o nível do mar e a segurança das populações costeiras em todo o mundo. A conscientização e ações efetivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa são fundamentais para evitar cenários catastróficos no futuro.