Fernando Haddad afirma que ata do Copom reforça interrupção, não fim definitivo dos cortes de juros: “Documento está aderente ao comunicado”

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira reforça a visão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que houve uma interrupção nos cortes de juros, e não um fim definitivo. Segundo Haddad, o documento está em linha com o comunicado divulgado após a última reunião, na qual a taxa Selic foi mantida em 10,5% ao ano.

Em suas declarações ao chegar ao Ministério da Fazenda, o ministro enfatizou a coerência entre a ata e o comunicado, destacando que a interrupção dos cortes da Selic se dá para avaliar os cenários externo e interno. O documento, de forma cautelosa, ressaltou a necessidade de manter uma política monetária contracionista por um tempo suficiente para consolidar a desinflação e garantir a ancoragem das expectativas em torno das metas.

Embora não tenha mencionado explicitamente a possibilidade de aumento de juros, a ata indicou que eventuais ajustes futuros na Selic serão orientados pelo compromisso de convergência da inflação à meta. Haddad ressaltou que a interpretação de parte do mercado financeiro sobre a possibilidade de elevações dos juros não está alinhada com o que está expresso na ata, que destaca a pausa nos cortes para uma avaliação cuidadosa da situação econômica.

O próximo desafio a ser enfrentado será a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) sobre a meta de inflação para 2027, com a possibilidade de revisão das metas de 2025 e 2026. Perguntado sobre o impacto da atual pressão inflacionária causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, Haddad ressaltou que o Banco Central foca em um horizonte de médio e longo prazo, não considerando eventos pontuais para a definição da política monetária.

Em suma, a ata do Copom reflete a postura cautelosa da autoridade monetária brasileira diante do cenário econômico atual, priorizando a estabilidade dos preços e a promoção do crescimento sustentável. Ainda que haja incertezas e desafios, o compromisso em garantir a convergência da inflação às metas permanece como um dos pilares da política monetária do país.

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