Protestos contra aumento de impostos no Quênia deixam pelo menos cinco mortos e 31 feridos em confrontos violentos.

Os protestos no Quênia contra o aumento de impostos se intensificaram e resultaram em pelo menos cinco mortes e 31 feridos em confrontos violentos com as forças de segurança na capital, Nairobi.

Os manifestantes invadiram prédios governamentais importantes, como o Parlamento e a Prefeitura de Nairobi, incendiaram veículos próximos à Suprema Corte do país e entraram em confronto direto com as forças policiais. A situação ficou ainda mais tensa quando deputados presentes no local tiveram que fugir por um túnel subterrâneo para se proteger.

Organizações de direitos humanos emitiram comunicados condenando a violência nos protestos, frisando que pelo menos cinco pessoas morreram devido a disparos e 31 ficaram feridas, algumas delas atingidas por balas de fogo.

Os manifestantes, que se denominam “Occupy Parliament”, protestam contra um projeto de Orçamento que pretendia estabelecer novos impostos, incluindo um IVA de 16% sobre o pão e uma taxa anual de 2,5% para veículos particulares. Mesmo com o recuo parcial do governo em relação a algumas medidas, o movimento insiste na eliminação total do texto.

Além disso, o movimento, inicialmente liderado pela “Geração Z”, ganhou adesão de diversas faixas da população que se mostram insatisfeitas com a política do presidente William Ruto. A ativista Auma Obama, irmã do ex-presidente dos EUA Barack Obama, esteve presente nos protestos e acabou sendo atingida por gás lacrimogêneo durante uma entrevista.

Os protestos se espalharam por outras cidades do país, gerando mais tensão e confrontos com as autoridades locais. Diante do cenário de violência e repressão, organizações de direitos humanos relataram casos de sequestro e desaparecimento de manifestantes, além de dezenas de prisões.

O Quênia, considerado um motor econômico na região, enfrenta desafios econômicos, com aumento da inflação e altos preços de alimentos e combustíveis, que contribuíram para a revolta popular contra o aumento de impostos. A situação no país continua instável e sob forte tensão, com manifestações e confrontos nas ruas.

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