Protestos no Quênia contra projeto de aumento de impostos provocam mortes e incêndios; manifestantes pressionam governo por mudanças.

As ruas do Quênia se transformaram em cenários de tumulto e protestos desde a semana passada, resultando em cinco vidas perdidas e 31 indivíduos feridos, dos quais 13 foram atingidos por balas de fogo. As manifestações alcançaram um novo patamar nesta terça-feira (25), quando os protestantes invadiram o Parlamento e a Prefeitura de Nairóbi, ateando fogo em veículos próximos à Suprema Corte do País. O estopim para esses eventos foi um controverso projeto de lei que propõe aumentar os impostos no país.

O movimento chamado “Occupy Parliament” começou de forma espontânea nas redes sociais, liderado principalmente por jovens quenianos, porém, ganhou adesão generalizada ao se opor ao projeto de orçamento para 2024-2025, que foi visto como uma sobrecarga adicional para a população já sufocada por um alto custo de vida. Dados recentes apontam uma inflação anual de 5,1% em maio, com aumentos significativos nos preços de alimentos e combustíveis.

Após os primeiros cinco dias de protesto, o governo anunciou que algumas propostas polêmicas do projeto estavam sendo retiradas, mas as promessas de revisão não foram suficientes para acalmar a população. A exigência agora é pela suspensão total do texto.

Entre as medidas abandonadas estão a aplicação de impostos sobre itens básicos, como pão e óleo de cozinha, bem como uma taxa sobre transações financeiras e veículos particulares. Outro ponto sensível seria a introdução de uma taxa ecológica sobre produtos que contribuem para o lixo eletrônico.

A população pede não apenas que essas medidas sejam descartadas, mas também que o governo reduza despesas, combata a corrupção e gere mais empregos. As manifestações continuam ganhando força, mesmo diante das promessas do governo de abordar as preocupações da população.

Os próximos passos no Quênia incluem a análise e votação das alterações propostas pelo governo, com a coalizão no Parlamento possuindo a maioria necessária para permitir que as mudanças sejam aprovadas. Após essa etapa, o presidente terá 14 dias para assinar o texto ou enviá-lo de volta ao Parlamento com novas revisões. A população permanece vigilante, exigindo uma reformulação completa no projeto de lei para garantir melhores condições de vida e justiça social para todos os cidadãos quenianos.

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