Os tratamentos de que Vilminio precisa são caros ou simplesmente não estão disponíveis na capital do Haiti. Isso o coloca em uma situação de constante dor e sofrimento. Ele relata que acabou a medicação que deveria tomar e que o analgésico tramadol, essencial para o seu tratamento, é muito caro, custando 750 gurdas por pacote, o equivalente a pouco mais de cinco dólares e meio.
Assim como Vilminio, muitos outros moradores de Porto Príncipe enfrentam dificuldades para receber cuidados médicos adequados devido à crise de segurança, humanitária e política que assola o país. A violência entre gangues fez com que o número de deslocados internos aumentasse significativamente nos últimos meses.
Recentemente, autoridades de transição foram criadas no Haiti com o objetivo de restaurar a estabilidade no país. Essa missão se mostra desafiadora considerando que as gangues controlam grande parte da capital e já atacaram hospitais, instituições governamentais e prisões em diversas ocasiões.
A situação dos hospitais também é crítica. A escassez de combustível para geradores e a falta de recursos têm impactado diretamente a capacidade de atendimento à população. Muitos pacientes, como Vilsaint Lindor, acabam se tornando vítimas indefesas da violência e da falta de assistência adequada.
Jean Philippe Lerebourg, diretor médico do Hospital La Paix, relata as dificuldades enfrentadas pela instituição para manter suas portas abertas e atender à crescente demanda por cuidados médicos.
Em meio a esse cenário devastador, a chegada de um contingente policial queniano para auxiliar no combate à violência das gangues traz um fio de esperança para os haitianos que lutam diariamente para sobreviver em meio ao caos. A situação de Olivier Vilminio e de tantos outros haitianos é apenas um reflexo da tragédia que assola o país caribenho.