Assembleia Geral da OEA marcada por confronto entre Argentina e Brasil em Assunção

A Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) teve início nesta quarta-feira (26) na cidade de Assunção, no Paraguai, com diversos desafios e polêmicas marcando o evento. Um dos principais pontos de tensão foi a virada à direita da Argentina, liderada por Javier Milei, que se mostrou contrário a projetos relacionados aos direitos humanos e manteve uma relação conturbada com o Brasil.

Durante uma coletiva de imprensa realizada em Assunção, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, destacou as dificuldades em chegar a acordos neste contexto, enfatizando a importância da pluralidade e diversidade nas discussões. A Argentina, por sua vez, se posicionou contra projetos de resolução ligados à democracia e meio ambiente, argumentando contra a inclusão de perspectivas de gênero e ética.

A embaixadora argentina na OEA, Sonia Cavallo, questionou diversos pontos das resoluções propostas, gerando confrontos com outros representantes, como o embaixador dos Estados Unidos, Frank Mora. Além disso, a relação entre a Argentina e o Brasil também foi marcada por atritos, com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, exigindo desculpas de Milei por declarações consideradas ofensivas.

A postura da Argentina na OEA também foi criticada pela Anistia Internacional, que classificou como “regressiva” a posição do país em relação a temas como a Agenda 2030 da ONU. Milei, por sua vez, rejeitou a adesão a essa agenda, afirmando ser contrário ao que chamou de “marxismo cultural” e “decadência”.

A 54ª Assembleia Geral da OEA, que tem duração até a sexta-feira (28), aborda questões fundamentais como a Venezuela, a Nicarágua e o Haiti, além de prioridades como o combate à pobreza, proteção ambiental e enfrentamento das mudanças climáticas. A situação política e social desses países será discutida com foco na defesa da democracia, direitos humanos, segurança e desenvolvimento na região.

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