Os transtornos consequentes ao consumo de drogas também cresceram, afetando cerca de 64 milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, apenas uma em cada 11 pessoas recebeu tratamento para lidar com esses transtornos, revelando uma lacuna significativa na assistência oferecida. O relatório destaca que as mulheres são ainda mais negligenciadas nesse contexto, com apenas uma em cada 18 mulheres recebendo tratamento, em comparação com um em cada sete homens.
Além disso, as atividades ilícitas relacionadas à produção e distribuição de drogas têm impactos ambientais negativos, como desmatamento, descarte inadequado de resíduos tóxicos e contaminação química. Estima-se que em 2022 tenham sido produzidas aproximadamente 2,757 toneladas de cocaína pura, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
A cannabis continua sendo a droga mais consumida em todo o mundo, com destaque para países como Canadá, Uruguai e partes dos Estados Unidos, nos quais a legalização do comércio e consumo tem acelerado o uso prejudicial da substância.
Após a cannabis, outras drogas comumente utilizadas incluem opioides, anfetaminas, cocaína e ecstasy. O relatório também chama atenção para o surgimento dos nitazenos, um grupo de opioides sintéticos ainda mais potentes que o fentanil, cujo uso tem aumentado em países de renda alta, resultando em um maior número de mortes por overdose. A expansão do uso de substâncias psicoativas em pesquisas clínicas e tratamentos de saúde mental ainda não resultou em orientações científicas para uso médico.
O relatório completo está disponível em inglês no site do Escritório Sobre Drogas e Crimes da ONU (UNODC), fornecendo uma análise abrangente e detalhada sobre a situação global do consumo de drogas e seus impactos.