Política transgênero da Rússia desiste de destransição após ameaças de internação compulsória por autoridades; governo de Putin reforça repressão LGBT+

A política Yulia Alyoshina chocou o mundo ao anunciar sua destransição de gênero, um mês atrás. No entanto, segundo a própria política, a decisão foi tomada após ameaças de internação em uma clínica psiquiátrica, feitas por autoridades russas. Esse caso não só revela a pressão do governo de Vladimir Putin sobre a comunidade LGBT+ na Rússia, mas também expõe a realidade de perseguição enfrentada por essas pessoas.

Yulia Alyoshina, que havia anunciado sua destransição para se identificar como homem novamente, declarou que as ameaças de internação a fizeram repensar sua decisão. Ela afirmou que as autoridades russas queriam trancá-la em um hospital psiquiátrico, mesmo estando ciente de suas ações. Essas ameaças não são isoladas, já que a Rússia tem registrado um aumento no número de denúncias de “terapias de conversão” e outras formas de violência contra a população LGBT+.

A política também revelou que buscou apoio na Igreja Ortodoxa, porém foi rejeitada e enfrentou uma atitude hostil por parte dos membros da igreja. Alyoshina desistiu da destransição e afirmou que seu nome de nascimento, Roman, continua presente em seus documentos oficiais. Ela reforçou que não pretende mudar seus registros, apesar das ameaças de internação compulsória e outras formas de violência que ainda pairam sobre sua cabeça.

Yulia Alyoshina já havia ganhado destaque em 2021 ao assumir o escritório do partido de oposição Iniciativa Cívica, mas enfrentou desafios após o governo de Putin aprovar leis restritivas em relação à população LGBT+. Com a proibição de cirurgias de redesignação de gênero e a criminalização de organizações LGBT+, a situação da política se tornou ainda mais delicada.

Diante de todas essas pressões, Yulia afirmou que se encontra em uma situação difícil e sente que não tem mais muito a perder. Ela enfatizou a importância de viver de acordo com sua identidade de gênero e destacou que forçar-se a retornar a ser Roman vai contra o que seu coração realmente deseja.

O caso de Yulia Alyoshina não apenas revela a luta diária enfrentada pela população LGBT+ na Rússia, mas também expõe as violações dos direitos humanos e a repressão promovida pelo governo de Putin. Essa realidade contraria os princípios básicos de liberdade e respeito à diversidade, desencadeando um ciclo de perseguição e discriminação que precisa ser urgentemente interrompido.

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